domingo, 13 de agosto de 2017

UMA CIDADE REFÉM DA VIOLÊNCIA

Boa noite!
Ouvi há alguns dias na rádio CBN uma “opinião” sobre a situação da violência na cidade do Rio de Janeiro. Não posso considerar que foi uma análise, porque isto requer um aprofundamento de todas as partes e circunstâncias sobre o assunto. A pessoa entrevistada, não recordo o nome, falava sobre os altos índices de pessoas que foram atendidas nos hospitais com traumas causados por arma de fogo, cerca de 10 atendimentos diários desde 2014. Isso realmente é muito preocupante. A conclusão tirada desses dados foi que isso é fruto da população armada, provocando disparos em discussões de trânsito, brigas pessoais etc. Creio que isso é mera suposição. Há assaltos a residências, e a automóveis, há roubos de cargas, há brigas entre facções por disputa de poder e muitas outras maneiras indevidas de utilização de armas de fogo, todas elas por bandidos.
Não concordo com a opinião emitida na entrevista, aliás, acho tendenciosa. Só para esclarecer, não sou favorável ao uso indiscriminado de armas de fogo, mesmo com direito a portá-la. Não uso armas fora do serviço há mais de trinta anos. Dito isso, afirmo que não é a população do Rio de Janeiro que está armada. Não são os cidadãos de bem que portam armas de fogo no Rio de Janeiro. Quem transita com armas de fogo são os bandidos, que estão importando armamentos cada vez mais potentes e sofisticados, deixando a população refém e aterrorizada. Essas armas não são controladas por qualquer órgão de segurança, são armas “frias”, sem qualquer registro. Há dois dias uma novela da Globo mostrou uma cena de um baile funk no qual todos os frequentadores portavam pistolas e fuzis, numa apologia glamorosa e evidente ao crime e à violência. Podem até dizer que não, afirmando que isso é uma realidade, o que importa é o impacto que a imagem causou na sociedade, já aterrorizada com o crescimento vertiginoso da violência. O que falta, na minha opinião, é a presença do Estado com políticas eficientes para a segurança pública, é uma polícia valorizada e respeitada, é bandido sendo julgado e cumprindo integralmente as penas, é o rigor para o cumprimento das leis, que deveriam ser iguais para todos, é o combate à corrupção generalizada, inclusive por agentes da segurança pública etc.
O Estado vende a ilusão da segurança e alguns partidos precisam da miséria para vender a ilusão de progresso. Ou seja, estão lavando as mãos enquanto a população sofre. E a certeza da impunidade incentiva, ainda mais, as práticas criminosas.
É a minha humilde opinião.

Sebastião Wanderley

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